Inspirado no golo do Sporting no último minuto, com o seu Guarda Redes na àrea adversária, garantindo a passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões, escrevo hoje sobre as sempre empolgantes reviravoltas no marcador no futebol.
Quem não se lembra dos 5 - 3, após 0 - 3 dos Magriços em 66, frente à Coreia...
...dos 0 -2, aos 18 minutos, para 3 - 2 final, frente à Inglaterra no Euro 2000...
...ou da final da Liga dos Campeões, entre Bayern Munique e Manchester United que enquanto o Presidente da UEFA, descia do camarote presidencial, a vitória passou em poucos minutos dos alemães para os inlgeses?
"Mais com o coração do que com a cabeça", mais do que bonito ser eficaz, pois no futuro ninguém se lembrará que o Sporting não jogou bem em ambas as mãos que o seu capitão falhou o penalti...é importante recordar que uma equipa se uniu em busca de um objectivo comum, para o qual deve acreditar e principalmente treinar para o resultado não depender da bola que bate no poste ou do fora de jogo mal assinalado, mas fruto de uma identidade colectiva em que todos devem saber e fazer o que é pretendido no planeamento colectivo e individual nos diferentes momentos e fases do jogo.
Vencer é mais fácil e saboroso, no reverso da medalha e na hora da derrota frente ao clube leonino, o treinador adversário lembrou "É uma forma cruel de aprender, só que é isso que o futebol faz. Expõe as nossas fraquezas e dá-nos lições de vida que nunca vamos esquecer. Esta é uma delas", num minuto tudo muda e isso faz parte da beleza do futebol que apaixona milhões por todo o mundo.
Normalmente estão associadas ao carácter, sendo apelidadas das vitórias da raça, mas no entanto além da atitude individual e colectiva só pode ser uma realidade se for sustentada numa moldura táctica adequada à alteração do que foi realizado até ao momento da desvantagem no marcador. Com ou sem alteração no dispositivo táctico, largura, profundidade, velocidade, aproximar da àrea adversária em posse de bola, maior circulação de bola, reconhecendo os espaços, mas principalmete a identidade da equipa com vista à superação colectiva em busca da vitória e/ou empate.
Nestes momentos mais do que ganhar jogos, ganham-se jogadores, grupos e espiríto de equipa vencedor, pois vencer não significativa necessariamente ganhar todos os jogos, muito menos a qualquer custo. Se estivermos continuamente a desenvolver as nossas capacidades, em treino e jogo e a refinar a abordagem, a vitória estará mais presente. Exceptuando as finais temos de nos lembrar que ao longo de uma época não estamos a tentar ganhar só um jogo. Vitória do empenho? Com certeza, do empenho táctico.
A registar...o jogo só termina quando o arbitro apita para o fim do jogo!
OFB
4 comentários:
Grande Óscar! Um artigo excepcional.
Parabéns.
Carlos Bacalhau
EAS Samora Correia
Muito obrigado pelas palavras, amigo Carlos.
Saudações desportivas...boas férias e / ou bom trabalho!
Abraço
OFB
Conheço pouco de bola e das suas técnicas.
Mas sei reconhecer o bom texto e o bom carácter de quem o escreve, como é o caso.
Muito bem, prof. Óscar.
Agradeço os elogios e espero contribuir para perceber melhor este fascinante jogo. Boas Férias!
OFB
Enviar um comentário