Etapa Zero: os nossos Sub 5

A classe dos sub 5 foi um projecto pioneiro no que às modalidades colectivas diz respeito. Foi criada na mesma altura em que o Sporting Clube de Portugal acordou com a Academia Futindoor criar, nas Pontes, um dos pólos constituintes do seu novo projecto Escolas Academia Sporting (EAS).

Apesar de ter tido início na mesma altura, esta classe não pertencia ao projecto inicial das EAS. Foi uma aposta firme da Direcção da Academia que apesar de um início periclitante por todas as dificuldades inerentes a um novo projecto, se manteve, sendo hoje uma aposta ganha.

Com esta classe pretendemos atingir alguns objectivos: permitir às crianças uma prática desportiva, importante para o seu desenvolvimento tanto a nível físico como psicológico; possibilitar a prática do futebol ainda antes de terem idade para entrar no projecto EAS; e familiarizá-las com as rotinas, regras e com a bola, para mais tarde facilitar a sua integração nas turmas sub 7 das EAS.

Mas, sendo os 4 anos uma idade tão precoce, muitas questões podem ser colocadas. “O que é que eles vão aprender com 4 anos, se a bola lhes dá pelo joelho?”, ou “Porque é que o professor repete tantas vezes os exercícios?” ou ainda “Porque é que eles nunca jogam uns com os outros? E porque não jogarem um 3x3?”.

Sendo legítimo o questionamento sobre aquilo que os professores fazem nas aulas, vamos tentar responder às seguintes questões de forma muito breve.

Este projecto tem uma metodologia, criada propositadamente para estas idades. Os principais objectivos metodológicos para esta idade são o desenvolvimento das capacidades coordenativas (equilíbrios, articulação da corrida com o remate, ...) e condicionais (força, velocidade, resistência,...), as várias formas de deslocamento e a manipulação de objectos (nomeadamente a bola, tanto com a mão como com os pés).

Mais do que conhecer os princípios de jogo, do que compreender conceitos técnico-tácticos importantes, ou do que formar “Moutinhos” ou “Ronaldos” de 4 anos, este projecto existe para proporcionar aos alunos o conhecimento físico de base (o aprender a correr, saltar, chutar, conduzir a bola) para que posteriormente os mesmos possam aprender as coisas mais complexas sem grandes limitações a nível físico.

“A repetição é a mãe da aprendizagem”. Esta é uma frase muito comum em pedagogia. Com idades tão tenras, a repetição adquire uma importância ainda maior. Só a execução de um exercício várias vezes permitirá à criança, numa primeira fase, perceber o objectivo do exercício e, numa segunda fase, executá-lo de forma cada vez mais adequada.

Numa fase adiantada da época, é naturalmente introduzido o jogo, ainda que numa forma muito reduzida do mesmo. O confronto é importante para o conhecimento dos dois grandes objectivos do jogo: tentar marcar quando tem a bola; defender a sua baliza quando não tem a bola. É ainda fundamental para a introdução das regras mais básicas: bola fora, reposição da bola nas diferentes linhas, onde se pode agarrar a bola com a mão, quando é golo.

Concluímos com a ideia transmitida no início: este foi um projecto pioneiro a nível de desportos colectivos em tão tenra idade e, com o sucesso que tem tido, será algo para continuar no futuro.

FV